“Quando caía cá abaixo faziam uma festa”

No Dia de São João, ia-se buscar o pinheiro mais alto que houvesse, mas que não fosse muito grosso. Tinha sei lá que metros de altura. Depois, num solheiro que ali há por cima da estrada, fazia-se a cova e punha-se o pinheiro estendido “pia fora”. Tinha que ter 1 metro de fundura ou mais. Empalhavam o pinheiro com palha de “centeia”, tudo às camadas “pia fora” até ao cimo. Deixavam lá um galho no cimo e penduravam o gato dentro dum cântaro lá no galho com um nagalho. Depois, erguiam o pinheiro e calçavam-no em volta, senão não se aguentava. Calçavam bem aquilo, erguiam-no, botavam-lhe o lume à palha, subia por ali fora. Chegava lá, cortava-lhe o nagalho, até que caía cá abaixo. Quando caía cá abaixo faziam uma festa. Fizéramos aí tanto. Naquele dia de queimar o gato, tudo se ajuntava. Havia cá mais quantidade de pessoa que há agora.