“A fazer fazendas para agora ficarem de relva”

O meu pai era Manuel Gonçalves dos Santos. Mas diziam que ele que tinha dois nomes. Às vezes, chamavam lá nos papéis Manuel Gonçalves dos Santos. Noutro, que vem de Arganil, diz que não há, que está só Manuel Gonçalves. A minha mãe era Maria Rosa. Só o meu pai é que era de Tojo. A minha mãe era de cá. Não sei como é que se eles conheceram. É como digo: eu sei pouco de coisas que não me lembro. Nessa altura, não me recorda se ele veio para cá namorá-la, se como é que foi. Sei que andavam no campo a trabalhar e a fazer fazendas para agora ficarem de relva.

Éramos quatro irmãos. A minha irmã mais velha estava em Côja. Agora, foi para Lisboa. O meu irmão também está em Côja. Mora lá e vai buscar o comer ao lar. A mais nova era uma que eu tenho cá, na Mourísia, que é Gracinda. É a minha irmã que vendeu aquela casa que agora foi para a Comissão. Eu era chegada à mais nova. Mas ela já tem o cabelo quase todo branco e o meu está bom! O que é tenho frio, não posso andar em cabelo.