“Molhitos de matos às costas”

Quando era pequeno não tinha vagar de brincar. De Verão vínhamos trabalhar. Pois, tinha que ser. Tinha as cabras para ir guardar e as ovelhas. Mas isso ainda era leve. Ora eu tinha 12 anos, já andava com uns molhitos de matos às costas aqui por estas serras. É longe. Até sem nada se anda mal quanto mais carregado. Tinha de guardar o gado, ou ir buscar um bocadinho de mato para lhe botar. A gente tinha que ir buscar molhos de mato às costas aí em todo lado, caminhos de longe, para deitar aos animais à noite e de manhã. Depois estando o curral cheio, tirava-se aquele mato para a fazenda. Hoje já nem há cabras, nem há ovelhas, nem há nada. Nem há porcos. Acabou-se tudo.