“Davam aquilo que queriam e que tinham necessidade”

No Natal não há pessoal para fazer festa, para fazerem uma fogueira e isso assim. Davam prendas. Quando era pequeno era sempre. O meu pai tinha bois, íamos buscar umas carradas de cepas aí para fazer a fogueira. Hoje nem há rapaziada para nada. Queimavam os cepos, assavam aí as chouriças. Matavam os porcos faziam as chouriças no fumeiro e depois assavam-se ali. Hoje não. Não há isso nem há rapaziada. Não há nada.

Também davam as Janeiras. Ainda havia aí rapaziada. Andavam a pedir as Janeiras de porta a porta. E todos davam. E pelos Reis também andavam a pedir. As Janeiras e os Reis. Davam aquilo que queriam e que tinham necessidade. Um dava uns chouriços, outro dava umas castanhas. Outro dava tal. Hoje nem há mocidade nem há nada. Só há mocidade para malandrices. É o que há.