“Quando os santos saem à rua vem uma música”

Aqui não há igreja. Até há duas capelas, agora igreja só na Moura e não é muito grande, mas chega para o pessoal. Os santos é Santo António na pequenina e é Senhora da Assunção na de baixo. Fazem cá uma festita. Como há em todas as terras. A festa que cá costumam fazer é em Agosto. Vem cá um padre dizer uma missa. Vem cá dizer uma missa num dia qualquer e quem a mandar cá dizer paga.

Agora quando os santos saem à rua vem uma música de qualquer lado para fazer a procissão. Chamam a procissão. Deve ser em todo o lado. Há anos que saem, outros anos não. Nem há música. Agora quando é uma festa só de baile e de comer e beber isso já é outra coisa. Naquele tempo havia. Aqui é uma povoação pequenita. Houve aí dois anos que eram dois bailes. Eram dois bailes que faziam aí.

A festa costuma ser em Agosto, em 20 de Agosto mais ou menos. É como a de Soito da Ruiva. É em quase todas as terras. Até se juntam. É a do Sobral Gordo com esta aqui e com as que se juntam. É a de Sobral Magro e a de Soito da Ruiva. Claro como é que as festas hão-se ser boas? Não juntam dinheiro porque fazem-nas todas na mesma altura.

Todos os anos tem um mordomo. É o mordomo da festa. Este ano é um, para o ano é outro, para o outro ano é o outro. Também não pode ser só um sempre porque aquilo ainda dá trabalho.