“Também matei o porco”

Também matavam o porco antigamente. Era trabalhar, a olhar não estavam. Então coziam a carne. Fritavam. Dava presuntos, pás, bandas e lombo. Punham tudo numa caixa de madeira botavam-lhe sal e era para todo o ano comerem. Faziam chouriças, punham no caniço. As chouriças era das de carne. Da carne que tiravam do porco é que faziam as chouriças, umas com farinhas e azeite. Às vezes, até arroz também punham.

Também matei o porco. Faziam cinco colheitas. No Tojo era menos, mas cá fazia-se mais peças do porco que lá. Fazia-se cinco peças. Carne a primeira colheita era para as morcelas. No molho da carne eram bofes. Botavam-se aqueles bofes que eles têm ao pé das fressuras, farinha e azeite. Naqueles que eram morcelas botavam-se era aqueles untos e depois enchia-se também de farinha. Era outra colheita. Eram cinco colheitas. Eram as tripas que eles tinham e outras que compravam. Compravam a tripa e enchiam.