Chás, ventosas e tintura preta

Quando as pessoas estavam doentes vinha um senhor que era da Benfeita, o Augusto Pinto, que era como um médico. Foi na tropa que aprendeu. Ele não se enganava. O médico quando vinha trazia-o sempre com ele. Ficava depois a tratar as pessoas com os medicamentos que o médico receitava, a dar injecções e o que era preciso. Era muito entendido. Era melhor que um médico. Havia muita gente que antes queria com ele do que com um médico. Quando ele morreu não houve ninguém que não tivesse pena do homem. Era muito boa pessoa. Íamos a Côja e estava lá um médico, chamavam-no naquele tempo o doutor Batista. Chegavam a vir médicos também de Avô para cá. Conforme as doenças. Tudo se ia tratando conforme se podia.

Faziam-se muito chás de ervas. Havia a macela com as cascas das cebolas que era muito boa para as constipações. Eu nunca gostei muito de chá. Havia também as ventosas que punham nas costas, isso é que custava muito. Chamavam o tio Zé Augusto Pinto e esse é que vinha pôr as ventosas e tirá-las à gente. Depois os de cá da terra aprendiam e também faziam o serviço, faziam umas às outras. No fim de tirarem as ventosas carregavam a gente de tintura preta eram dores nas costas que eu sei lá e eu tinha muito isso. Infelizmente era muito doente. Diziam que era por os meus pais serem de família muito chegada.