“Eu era capaz”

Eu fui para a escola, com 7 anos. Era na Senhora da Saúde. Ao pé da capelinha, aí é que era a escola. Depois, a minha mãe tirou-me com 10 anos, porque era pobre. Depois andava aí a acartar pedra para as obras. Se a minha mãe não me tira da escola, eu era capaz. Nessa altura, até ensinava os problemas e as contas de dividir a uma senhora que hoje é professora. Eu gostava da escola. Cantávamos e dançávamos. A professora também era boa. Tínhamos cadernos com duas linhas, três linhas. Era o que a gente tinha. O das contas nem linhas tinha.