De terra em terra era tudo a pé

O correio era feito por um senhor que era da Benfeita e outro de Côja. Vinham a pé, depois vinham numa bicicleta e depois já havia aquelas motas. Agora já vêm com carros, é diferente. Na altura, o carteiro tinha farda e uma mala de cartão. Era bem bonito. Antigamente, era tudo a pé. Andávamos de umas terras para as outras. Às vezes, quando ainda faziam as colheres de pau, íamos a uma terra que se chama Esculca. E íamos para lá a pé com as sacas das colheres à cabeça. Duas ou três horas. Então eu fui muita vez a Côja, a pé, levar o milho. Quando havia secas não havia aqui água nas ribeiras. Depois íamos a Côja, ao rio, íamos levar o milho. Ficávamos de um dia para o outro, no moinho, depois trazíamos a farinha ao outro dia. Mesmo nas festas das outras aldeias, era comum as pessoas daqui irem de Pardieiros às terras vizinhas.