“Eu tenho muita fé em Deus!”

Eu tenho muita fé em Deus! Eu já estive para ser operada duas vezes e nunca fui, porque eu peço. Uma curei-a de uma queda. E aprender a ler foi outro milagre.

O meu joelho inchado enchia a mão e o médico era assim:

- “A senhora tem que ser operada!”

O meu marido um dia disse-me assim:

- “Olha, se não fores a bem, vais a mal.”

Para eu ser operada.

E eu digo-lhe:

- Ai, não, Alfredo, não vou.

Ele foi para o quintal regar os feijões e eu fiquei em casa. Eu fui para o quarto, chorei, chorei, pedi a Deus, falei com Deus do meu coração! Depois fui à casa-de-banho, lavei a cara, para ele não ver que eu chorei. Desci as escadas, abri o portão, fui para a rua. Cheguei adiante e não sei como foi aquilo. Foi uma coisa fantástica! Caí, bati com o joelho no chão, ficou-me o joelho tal qual como eu o tinha dantes.

Chego adiante, vou para o pé do meu marido, diz-me ele assim:

- “Que é que tens, que vens tão pálida?”

Digo-lhe eu:

- Ai, Alfredo, o que me aconteceu! Olha, caí ali à porta da Angelina... Olha para o meu joelho!

E ele ficou:

- “Ah! Agora é que tens de ir ao médico. Se calhar era líquido e espalhaste no sangue!”

Digo-lhe assim:

- Não, agora é que eu não vou!

Até hoje. Nem esfolei o joelho, nem se fez negro, nadinha!

Também me queriam operar aqui, mas eu também não quis. E o médico que me queria operar já morreu e eu ainda cá ando.