“Ovelhas, que é delas?”

Um dia, o meu pai deixou as ovelhas fechadas só com uma cravelhazita. O vento, de noute, puxou-a e abriu-a. De manhã, chegáramos lá, ovelhas que é delas? Lá fôramos à cata delas. Andavam já lá no cimo, a virar para o lado do Enxudro. Depois lá vieram outra vez cá para baixo.

Noutra vez, guardamo-las para não as deixar ir para o renovo, mas elas fugiram e comeram lá um bocado de milho a uma senhora. Quando a gente foi a dar por elas, já andavam todas no meio do milho! Mas não eram só as minhas, também eram as dos outros vizinhos. A gente começou a chorar, mas ninguém nos bateu por causa disso. O milho tornou a rebentar.