“Uma farra do caneco!”

As festas em Pardieiros toda a vida têm sido boas. Umas festas valentes! Vem a música, dois conjuntos, um para de véspera, outro para o outro dia e têm-se feito aí umas festas boas, muito divertidas. Eu vou sempre. Juntam muita gente. Juntam gente da Benfeita, das Luadas, do Pai das Donas, da Relva Velha, do Enxudro... O largo, à noute, fica completo, todo cheiinho! E tudo lá farra, tudo brinca, tudo dança, tudo canta o fado... É aí uma farra do caneco! Fazem umas festas boas, ai isso fazem. Antigamente, a festa não era como agora. Havia poucos dinheiros para as fazer. A gente guardava de cá de longe o dinheirito para quando fosse pela festa comprar uns quilos de arroz ou de massa, um bocado de uma rês ou um saco de batatas. Comprava-se aquilo para depois se fazer a festita. Para comermos, ali dois ou três dias. Agora a vida está doutra maneira, já fazem a festa um bocadinho mais valente, melhor. É uma festa boa, é, muito divertida.