Carta de explosivos

Nas festas, quando eu tinha 20 anos, deitava o fogo. Iam buscar à Ponte Velha, ao Monte Frio ou à Relva Velha. Havia lá pessoas que vendiam. Iam lá buscar cinco ou seis dúzias. Aqui há 30 anos, deitava os foguetes. Agora, não os deito. Aquilo é fraco vício. Às vezes, ia na procissão, tinham que a largar para ir apagar o lume. Caíam aí no meio dos bocados, começava logo a arder. Agora, é proibido. Nem passam licença. Eu tenho carta de explosivos. Só acaba em 2010. Se ainda for para uma firma que tenha mais que 45 mil contos - não sei quanto é que dá em euros - e que me passe os papéis, posso renovar e fica perpétua. Têm que me passar uma declaração para a renovar. Gasto aí alguns 15 euros. Senão, nunca mais posso exercer essa carta.