“Os namoros eram engraçados”

Os namoros eram engraçados, às vezes, dou por mim a pensar nisso. Não sei se namoravam à janela se como é que era. Penso que, normalmente, o rapaz teria de falar com os pais da rapariga quando estava interessado nela. Tinha de haver um acordo entre as famílias. Se a família do rapaz não gostasse que ele namorasse com aquela rapariga, não podia haver namoro, se namorassem havia ali um conflito. Depois de falar com os pais da rapariga e de eles aceitarem - e a rapariga também -, passaria a ir a casa. Mas aí, estava sempre a mãe ou alguém por perto, não ficavam sozinhos.

Não tenho muito conhecimento de haver casamentos em função dos haveres das famílias. Nessa altura o que contava como bens? Por aqui, eram as terras, era o que as pessoas tinham, umas tinham mais terras, outras tinham menos. Não tinham, praticamente, outros bens. Normalmente, as pessoas que tinham mais terras eram consideradas mais abastadas, porque, dinheiro não havia, naquela época. Tinham uma produção maior, vendiam para fora e viviam com fartura em casa.