Quando vim, trazia umas blusas de manga curta e uns decotezinhos quadrados. Lá usava-se e nós, as raparigas, fazíamos. Cheguei cá, aí o padre que cá estava! Fui à igreja. Ele estava lá a ensinar os meninos. Ajoelhei em baixo, ao pé da porta. Ele disse para os meninos:
- “Vocês não olhem para estes espantalhos. São uns espantalhos. Andam aí com os braços à vela.”
E eu cá para comigo:
- Olha, quero cá saber. É o que tu dizes. Eu continuo. E pronto.
E continuei. Um dia, apanhou-me ali no caminho e disse-me assim:
- “Ó, Maria, ó, Maria...”
- Diga lá, senhor prior.
- “Então, ainda estás com as blusas de manga curta?”
- Ó, senhor prior, eu não tenho outras. Mandei-as fazer assim agora tenho que as romper?
- “Andas aí a dar mau exemplo às crianças!”
Era assim. Por uma manguinha e um decotezinho quadrado mas muito aconchegado.