Os médicos e os xaropes

Antigamente, os médicos vinham cá ao Piódão, mas eles não eram de cá. Nesse tempo, nem sei se era oito dias se era mais que eles cá vinham. Já não me recordo. Que me eu lembre, o doutor Vasco também ainda cá veio várias vezes aí. O que me lembra mais, daqueles mais antigos, era do doutor Parente e do doutor Cosme. Não me lembra mais. Agora, o médico, às vezes, ainda está mais de um mês sem cá vir.

Não sou muito amiga de chás. Quando estou doente, às vezes, costumo fazer xarope de cenoura com mel. Misturo também um bocado de açúcar, quando ando constipada. Para o xarope de cenoura com mel, corta-se as cenouras às rodelas e põe-se-lhe mel e um bocado de açúcar. A maior parte das vezes é o que costumo fazer. Aquilo faz molho, dá aquele sumo e bebe-se. Para mim, ainda me faz melhor que os xaropes das farmácias. Eu, às vezes, tomava dois frascos dele e não fazia nada! A única coisa que ainda me fez melhor, uma vez que estive internada em Coimbra, foi uns comprimidos que me lá deram no hospital. Depois, acabaram com eles. Agora, não os há. Às vezes faziam também chás de ervas para as constipações.

O pé “estrutagado” era quando dava mau jeito. Às vezes, diziam que havia pessoas que sabiam coser mas eu nunca cosi. Não sei, nunca vi. As pessoas diziam que punham água num púcaro. Faziam lá umas rezas, cosiam num pano com uma agulha e linhas e, se a água recolhesse, o pé que estava “estrutagado” passava. Não sei como é.