A minha terra

Sempre ouvi chamar Piódão, nunca ninguém me disse de onde é que vinha o nome. Antigamente escreviam com “am”, depois é que começaram a escrever com “ão”, mas de onde é que veio esse nome, não sei.

A igreja é o monumento que o Piódão tem, o monumento principal.

Eu, para mim, sinto-me cá bem. Pode haver pessoas que digam o contrário. O Piódão, já sabe, na parte de Inverno é mais frio, mas na parte de Verão também aquece bem. Para mim, acho bonito, com as casas tudo em pedra, tudo em xisto. Até há pessoas que chamam “Aldeia Presépio”, porque tem as casas juntas, encostadas umas às outras. Quem vem do lado de frente, parece um presépio. A mim, já me disseram muitas vezes:

- “Olha! Aqui vem a menina da “aldeia do presépio”.”

Até em Coimbra já me disseram isso.

No Piódão, ao menos, há ar puro. Não há cá poluições, não há cá barulhos, não há nada. Hoje em dia ainda se vive melhor aqui que nas cidades. Aquilo é só assaltos. Só se ouve dizer: “hoje mataram este, amanhã mataram aquele, hoje assaltaram este...”. Por isso é que lá nas cidades se não vive muito bem. É diferente aqui nas aldeias. É mais sossegado. Há muita pessoa que gosta de Lisboa, mas eu não trocava o Piódão por Lisboa. Aqui a gente anda mais à vontade e vive mais sossegada.