“Não foi preciso andar a queixar-me”

Depois vim reformado. Ainda andava no serviço quando me reformei. Preenchi lá os papelinhos e deram autorização, ao abrigo de um artigo que saiu do Estado, na altura. Quem tivesse 30 anos de serviço podia ser reformado. Eu tinha muito mais, porque meti o tempo de serviço militar e dos Serviços Florestais. Juntaram tudo. Chegou e sobrou para o que eles queriam. Lá veio a reformazinha. Não foi preciso andar lá com juntas médicas nem nada, nem a queixar-me:

- Ai, dói-me aqui, dói-me ali, dói-me além...

Não foi preciso coisíssima nenhuma disso. Tudo correu bem. Depois vim para aqui. Para onde é que eu havia de ir? Os reformados têm direito de regressar a sua casa. Não é andarem aí noutros empregos e estarem a explorar uma e a beneficiar de outras. Há muitos assim.