Eu e a minha mulher éramos primos. A mãe dela era irmã da minha mãe. Quando fui para o serviço militar, lá lembrou-me:
- Deixa-me ir escrever à minha prima.
E daí é que começou. É a paixão ou o amor, pronto. Tinha aí tanta pessoa de família, também. E raparigas bonitas. Mas não me podia casar com todas. Ela respondeu, trocáramos fotografias um do outro. Eu da tropa e ela daqui. E assim começámos. Tive de dizer qualquer coisa ao pai dela:
- “Você já sabe que eu gosto dela...”
Primeiro usava-se assim. Toda a gente. Agora, é diferente. Primeiro, só no dia do casamento é que a gente podia petiscar. Agora, começam logo. Os namoros são diferentes. Não é mentira nenhuma. Mas lá continuáramos até que calhou assim. Não estamos arrependidos. Nem ela, nem eu.