Havia aí um homem que se ajeitava muito bem. Chamávamo-lo nós o barbeiro. Ele é que dizia se era preciso ir para médicos ou não. Pagávamos-lhe uma pensão todo o ano e ele ia comunicar. Depois, os médicos vinham ver a gente. De resto, tinha de se resolver o problema com ervas. Chá disto, chá daquilo. Uns davam resultado, outros não davam. Quando era coisa mais perigosa, tinham de ir para Coimbra. Não havia cá médicos, não havia cá nada! Às vezes, estava aos meses sem cá vir. A Comissão de Melhoramentos é que fez o Posto Médico. Vinham cá dois médicos de Arganil. Um chamado doutor Parente, outro doutor Baptista, que começaram a desenvolver isto. Vinham todos os oito dias, a um domingo um, a outro domingo outro. Eram pagos pela Comissão de Melhoramentos. E estávamos bem servidos. Coitados, faleceram também. Depois, acabaram. Começou a ser a Segurança Social a mandar um médico próprio. Agora está um mês sem cá vir. Depois, junta-se lá muita gente. A culpa é deles. Porque é que não vêm mais amiúde? Já ia menos pessoal.