Água, só havia nas fontes. Canalizada, não. Nem casas de banho, nem nada. Cada um tinha de ir aí para essas fazendas. Uns tinham uns curraizitos próprios para fazer as necessidades. Iam deitando estrume e mato. Depois deitavam aqueles casulos nos milhos. Água para casa, tinham de ir buscar nos cântaros. Uns de folha, outros de barro. As mulheres levavam-nos à cabeça, todas empertigadas. Às vezes, faziam fila na fonte. Lá contavam as novidades, o que se passava aí pelo povo. “Fulano assim, fulano assado”. Lá não era de namorar porque estavam as outras pessoas.
Sem electricidade, usávamos os candeeiritos a petróleo. Uns tinham uma chaminé, outros eram daqueles baixinhos. As lanternas, umas eram a azeite, outras a petróleo. As cozinhas apanhavam fumo com fartura. As casas não tinham chaminés como agora. Agora acende-se o lume e sai o fumo pelas chaminés. É muito diferente. Mas o pessoal estava acostumado.