Depois de o vinho está fermentado, tira-se para as vasilhas e fica então o cardaço, como nós chamemos. E esse vai ao alambique para ser destilado. Eu tenho um alambique meu, onde faço aguardente. E de medronho também se faz. Eu gosto mais de apanhar medronhos que azeitona. Surde mais e dá mais rendimento. Apanham-se, deitam-se para uma vasilha e tem de estar três meses a fermentar. No fim de três meses, já dá aguardente. Vai ao alambique, mexe-se, mexe-se, mexe-se e depois é que começa a destilar. A aguardente do medronho é mais cara, mas é mais macia. É melhor que a outra. É boa para quem sofre do estômago. Lá acalma mais a coisa. Também faço a das cerejas. Tenho ali uma cerejeira que é digna de estimação. Carregou neste ano que eu sei lá. A das cerejas é boa também, mas ainda é mais rija que a do bagaço. Tem que ser feita com cuidado. Tem que estar um mês a fermentar. Desfazem-se e vão para o alambique. Dá-lhe um gosto especial, diferente da outra, porque sempre é fruta. Mas ainda é mais valente que a do bagaço e que a de medronho. É mais malandra cá para os intestinos. É preciso beber com regra.