Andei nas Minas da Panasqueira, fui para lá em 1955 e 1956, andei lá dois anos. Atravessei aqui estas serras. De vez em quando caíam grandes nevões... Umas vezes ia pela Malhada Chã. Passava em cima ao pé do ponto geodésico, descia a Malhada Chã, depois subia uma serra e descia outra, portanto era longe. Era mais ou menos como daqui a Côja. Mas mais difícil. O terreno é melhor que é subir uma serra e descer outra. Outras vezes ia por cima de Chãs d'Égua. Passava onde nasce o Rio Ceira. Bebia lá muitas vezes naquela nascente.
Depois, naquele ano vim embora, também porque tinha que ajudar a mudar a perna porque não era capaz de dobrar. Cheguei aqui eram dez horas da noite. De noite porque isto de Inverno anoitece aí às cinco. Sozinho na serra e antes havia lobos, agora desapareceram mais quando começaram a fazer estas estradas. Eles com o barulho fogem, mas antes havia.