Cortava-se a giesta, mexia-se a terra com um sacho, que tem de um lado um peto e de outro lado pá. E depois queimava-se porque isto em volta estava tudo limpo porque se andava a fazer o carvão. Também ainda fiz carvão. Vinham uns machos carregar o carvão levavam-no ali para o Monte Frio. No Monte Frio havia um homem que negociava carvão. Por exemplo, o homem da taberna é que tinha o macho, ele comprava carvão, depois levava-o para lá e para cá trazia coisas. Havia lá uma senhora que era a Assunção Peres aquilo era como um entreposto que tinha. Vendia azeite, feijão e sal para eles trazerem para as tabernas. O macho ia carregado para lá e vinha carregado para cá. Vinham aqueles que percebiam, até vinham do lado de Casegas. Vinham muitas pessoas para aqui. Faziam muitos negócios assim com machos. Chegavam-se a juntar ali 30, 40 almocreves.
Na Covilhã eu tinha uma tia, irmã da minha mãe, uma irmã dela e mais pessoas que fizeram muita viagem para a Covilhã. Foi centenas de vezes à Covilhã. Andava pela semana a juntar os ovos. Iam ao Sobral Magro, ao Soito da Ruiva, a estas zonas por aqui e traziam os ovos. Juntavam-nos e depois iam com uma cesta de ovos daqui para a Covilhã, que é uma lonjura enorme. Subiam à serra. Ainda me lembra andarem muitas pessoas também de Chãs d'Égua a irem para a Covilhã. Passavam na serra e até havia pessoas que iam para lá vender café, vinho, cerveja.