Há aí muito moinho, uns dez ou 11. O que é que nenhum mói agora. Antigamente, nesses moinhos moía-se o milho para cozer a broa. O forno não parava, toda a semana a cozer. Não havia pão de trigo como agora. Depois é que puseram ali a padaria. Agora é a Casa da Padaria de dormidas, mas antes foi uma padaria, que até era dum irmão do meu marido e agora é das sobrinhas. Os moinhos eram de todos. Só havia aí um ou dois que era particular. O resto eram comunitários, como o forno. Eram divididos pelas pessoas de nove em nove dias. Por exemplo, hoje era meu e daqui por nove dias tornava a ser meu. Dizia que era a andada do moinho. Há um forno comunitário no Piódão, que agora não coze também. Agora não há milho e não se pode cozer. Para não confundir os pães umas das outras tinham um sinal. Umas punham-lhe o dedo, fazia um caruchinho, outras punham-lhe dois dedos, outras punham-lhe a mão toda. Depois ficava com uns buraquitos. Era a marca das broas.