“Conhecemo-nos de miuditos”

A minha esposa nasceu ao pé da minha casa. Nós nascemos a 20 metros um do outro quase! Conhecemo-nos logo de miuditos. Falava-lhe todos os dias! Fui eu que a pedi em namoro, ela aceitou e a gente juntámos. Ela já não tinha pai, tinha falecido. Só estava a mãe. Pedi-lhe e ela é que teve de pedir autorização à mãe, se podia ou não podia namorar comigo. Falámos sempre! Desde que nascemos ou desde que nos conhecemos, falávamos sempre. Mas assim a respeito do namoro foi à volta de alguns dois anos.

Antigamente o namoro não era como agora. Conversava a namorar, pronto! Fomos namorando... O namoro era falarmos uns para os outros! E trabalhar! Passeávamos era aí por esses caminhos, mas não havia passeios para longe, não havia nada! Às vezes, seja para esta ou aquela pessoa, vigiavam-se se iam fazer bem, se iam fazer mal. Mas, naquele tempo, havia mais respeito. Não havia liberdade como agora há uns para com os outros.