“Cada um fazia o seu bocado”

Os meus pais chamavam-se Francisco Lopes e Maria da Purificação. Eram naturais do Piódão. Trabalhavam na agricultura, mas o meu pai ainda trabalhou na construção civil. Cada um fazia o seu bocado. Depois o meu pai também esteve cinco anos em Lisboa, na construção naval. Na aldeia não tinha serviço onde ganhasse o ordenado e pensou ir para Lisboa. O que se ganhava no campo não chegava e era duro lá trabalhar. Não havia máquinas, nem entravam máquinas nas terras. Tinha que ser tudo cultivado à mão e à enxada.

Eu tinha um irmão e três irmãs. Éramos cinco filhos.