“Fazíamos broa, pois fazíamos”

O milho ia-se moer ao moinho. Havia muitos moinhos, eram tantos aí pela ribeira abaixo, agora não há cá nenhum. Depois a gente trazia a farinha e cozia no forno. Fazíamos broa, pois fazíamos.

A broa, amassava-a e tendia-a no forno. Ainda a fazia hoje se tivesse possibilidades. A farinha do moinho, às vezes, estava lá tardes inteiras. A que ficava debaixo da pedra não era amassada. Tinha a gente que a levantar com umas cunhas, para sair aquela farinha lá de baixo, para moer. Depois trazia-a para casa, peneirava-se, com uma peneira, e amassava-se. Estando lêveda é que ia para o forno. Para amassar tinha que ser com água quente e fermento.

Tínhamos um forno, que ainda é aqui, que era do povo. E havia aí mais de uns e de outros. A gente, às vezes, pedia a vez às pessoas para o usar e deixavam. Porque, às vezes, estavam duas e três a cozerem no mesmo forno. Tinha que a gente pôr o sinal para conhecer a broa. Então era conforme, cada uma fazia o seu para as saberem, para as estremarem. Uma fazia de uma maneira, outra fazia de outra, depois quando as tiravam é que as conheciam.