“Famílias de sete e oito filhos”

As brincadeiras era trabalhar. Naquele tempo não era como agora. Quando eram ainda pequenos, mesmo aqueles que iam para a escola, a vida da gente era só mato e lenha. Não havia fogões como há agora, nem aquecimentos. Era tudo à lareira. A gente gastava muita lenha. Tínhamos que andar todos os dias à lenha e as pinhas também. Quantas vezes, conforme calhava. Não havia estrada para cá, nem nada.

Naquele tempo havia muitos meninos aqui na aldeia. Do fundo do povo até ao cimo, as casas era tudo, tudo habitado. Famílias de sete e oito filhos. Não era como agora que têm só um. E outros não têm nenhum. Naquele tempo eram famílias muito grandes. Quando começaram a sair de cá para fora, que eram crescidos, cada um ia para seu lado. Para onde lhe convinha.