Doces da aldeia

Quando era nas festas, fazia-se arroz-doce, tigelada, filhoses e pão-de-ló. Ainda há muito quem faça. Eu é que não faço, porque agora não posso comer essas coisas. Mas fazia muitas filhoses e muitos bolos no forno. Não só para mim mas, às vezes, para as pessoas que me vinham pedir:

- “Olha, faz-me lá 1 quilo de bolos no teu fogão!”

Tinha alturas de fazer 15, 16 e 17 quilos de bolos num fogão que já foi de mala aviada para o lixo. Para os bolos que fazia no fogão - a gente dizia que era os bolos de forno - punha-se, para 1 quilo de farinha, 8 ovos, 4 colheres de azeite, o leite que fosse preciso e um bocadinho de fermento em pó. A gente ia amassando. Amassava-se bem amassadinhas e depois havia umas latas próprias para se pôr a massa com uma colher. Então, punha-se no forno para se cozerem. Também fazia tigelada. Essa batia-se também num alguidarzinho. Punha-se os ovos e batia-se bem nos ovos primeiro. Depois punha-se o leite e o açúcar. Mexia-se tudo bem mexidinho e depois ia para os tachinhos para o forno. No meu tempo, eu nunca tive batedeira, mas havia as mãos! Depressa se amassava e depressa se faziam. Agora até tenho uma batedeira, mas nunca me servi dela.