“Há-de haver gente que não acredita”

Eu acho que há-de haver gente que não acredita o que se passou noutro tempo, porque eu, às vezes, já tenho dito até para os meus netos:

- Olha filhinhos, vocês haviam de vir no tempo em que eu vim!

Porque quem tinha dinheiro ainda ia comendo carne e isto e aquilo. E a gente, coitadinhas de nós. Era a sardinhita e, às vezes, ainda uma partida por três. Nós e mais. Não era só a gente. Até as minhas netas já às vezes me dizem assim:

- “Oh mãe, você conta coisas que eu até nem acredito que isso seja tudo verdade...”

Oh, então não era verdade!