Os ralhetes da professora

Eu era um tipo que sabia bem ler e escrever e não dava muitos erros. Às vezes um erro ou dois. Uma vez dei 13 erros num ditado. Ela bateu-me nesse dia. Deu-me uma reguada. Então, não sei porque carga de diabo, comecei a fugir.

Lembro-me de quando fizeram a escola nova. Foi o ano do ciclone, em 1941, no dia 15 de Fevereiro. Tínhamos lá uma cisterna na escola. Tinha uma altura de água aí com 2 ou 3 metros de altura de água. Depois nós tínhamos a ponta de um pinheiro, que se cortou daqueles que o vento deitou abaixo. Um dia, no tempo das cerejas, pintei-me todo com cerejas pretas e que é que faço? Vou lá abaixo, desci pelas galhas do pinheiro para me ir lavar. Cheguei cá acima, a professora viu-me e esteve a ralhar comigo. Não bateu, nem nada. Outra vez, quando eu fui à cesta buscar água, caí e molhei-me todo. Depois vim ali para um pinhal enxugar-me ao sol, mas ela também não me disse nada.