“Tinha tudo uma norma”

No namoro eu estava na tropa. Vinha ao Monte Frio e falávamos, conversávamos. Quando estava mais tempo sem cá vir escrevia. Tinha tudo uma norma. A minha esposa chama-se Adelina da Conceição Costa. Namorámos de 1950 até 1952. Foi quando a gente se casou.

Casámos no dia 6 de Agosto de 1952. Os pais dela já não eram vivos. Pedi-lhe em casamento a ela. Ela vinha da patroa e foi assim que a pedi em casamento. Ela disse:

- “Eu não mando, são os meus irmãos...”

E eu disse-lhe:

- Pronto está bem, eu vou escrever ao teu irmão, ao mais velho e conto-lhe o sucedido.

E foi assim. Eles disseram que estava bem. Casámos na capela no Monte Frio. Eu levava um fato preto que era o que se usava naquele tempo. A minha mulher ia de saia e casaco azul, ou lá o que era! A festa era o normal naquele tempo. Fazia-se um almoço. Fazia-se chanfana assada no forno, tigelada, arroz-doce e essas coisas assim.

Depois de 1 mês de eu estar casado a minha esposa foi ter comigo a Lisboa. Ainda trabalhou numa senhora. Mas depois, quando eu entrei para a Carris, como tinha horários, a comida tinha de sair naquela hora certa e ela deixou de trabalhar.